Sg. de nota: A Livraria Cultura fechou suas portas e é mais uma vítima do cenário preocupante das empresas com alta alavancagem.
Vagner Mayer Analista macroeconômico e investidor, especialista em políticas econômicas e trading nos ajuda entender o que está acontecendo.
Não é novidade pra ninguém que o cenário econômico para empresas que dependem de forma direta do Varejo no Brasil, ficam a deriva do contexto e suas peculiaridades que fazem parte direta do envolto das políticas econômicas do Brasil. Dessa vez quem oficialmente fecha as portas é mais uma gigante, a Livraria Cultura. Com sua maior sede localizada na Avenida Paulista, brilhava os olhos de quem adentrava pelo tamanho, conforto, silêncio e todos os serviços muito bem executados pelas políticas adotadas desde o início, cultuada pela família Hertz. Com quase 80 anos de história, a empresa acumulou uma dívida ativa de mais de R$285 milhões e já vinha tendo problemas judiciais desde seu primeiro pedido de Recuperação em 2018. Desta vez, a falta de pagamento de uma das pendências no valor de aproximadamente R$1,6 milhão, foi o estopim para que os juízes incumbidos deste trânsito judicial, decretassem o fechamento oficial da empresa. Mesmo ainda com possibilidade de recorrer, a sede da Livraria Cultura na Avenida Paulista, já foi esvaziada e fornecedores já empacotam os produtos para liquidações, um triste fim de uma gigante da cultura e principalmente, o fim do sonho da Dona Eva Hertz, fundadora da empresa.
PORQUE EMPRESAS DO VAREJO NÃO SOBREVIVEM NO BRASIL?
Entrevistamos Vagner Mayer, Analista macroeconômico e investidor, especialista em políticas econômicas e trading, para entender. “ As políticas adotadas no Brasil nunca favoreceram empresas de comércio direto e empresários do setor do varejo. Por ser emergente e termos um alto endividamento que desfavorece a linha de investimentos consolidados nas necessidades primárias do país, o Brasil peca em não ter um modelo de incentivo fiscal que proporcione à empresas que dependem diretamente do crédito para sobreviverem. Ao passo em que, empresas desses seguimentos possuem dividas alavancadas com grandes bancos e recorrem em rolagens em cima de uma taxa de juros desancorada, ainda necessitam lidar com a aba manufatureira que encarece completamente o custo operacional dos produtos e consequentemente o repasse para o cliente final que também está neste mesmo ciclo de dependência de um país que pouco cresce, diz Vagner “ Todo esse cenário aliado à uma inflação que ano pós ano tem ficado fora de suas metas, escândalos de corrupção, baixo investimento e propostas para assegurar empresas do nicho, fica muito complicado a sobrevivência duradoura por muitos anos e não é uma exclusividade da Livraria Cultura. Recentemente tivemos cenários preocupantes com diversas empresas onde vimos Magazine Luiza, sair de uma MarketCap de aproximadamente 250 bilhões para 11 bilhões, exatamente pelo cenário de juros altíssimos, inflação e baixa perspectiva futura. Outro exemplo foi a Americanas, que entrou na justiça para se recuperar e acumula dívidas de aproximadamente 45 bilhões. E por último, a Lojas Marisa anunciando dificuldades de pagamento de seus passivos e títulos de compromissos com grandes bancos. Isso tudo é uma cadeia que vem de muitos e muitos anos, à se analisar por empresas que já foram gigantes e deixaram de existir que é o caso de Mappin e Ricardo Eletro, que já tiveram seus tempos de glórias e grandes lucros porém, acabaram altamente endividadas até decretarem falência, por todos os cenários que desfavorecem o crédito seguro no país.
SOBRE VAGNER MAYER:
O analista macroeconômico e trader, Vagner Mayer, 38 anos, paulistano, atua no mercado por mais de 5 anos e já atingiu mais de 40 mil seguidores em suas redes sociais em menos de 1 ano e meio, com conteúdo sobre mercados financeiro e macroeconomia. Aliando notícias e fatos relevantes dos mercados com estudos gráficos e possibilidades de cenários projetados no curto e médio prazo através de lives matinais diárias no Youtube, vem quebrando paradigmas e ampliando o horizonte para todas as pessoas levando conhecimentos sobre economia e mercado financeiro de forma gratuita nas redes sociais, sem promessas de ganhos milionários, muito comum hoje em dia neste nicho. Consumido por alguns dos maiores economistas e analistas de mercado que o seguem e consomem seus conteúdos, Vagner ganha cada vez mais visibilidade com indicações diretas de outros profissionais renomados do mercado.
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