Número de empresas inadimplentes continua estável pelo terceiro mês consecutivo
Embora estável desde maio deste ano, a negativação dos negócios ainda é alta no País, alcançando 6,9 milhões de CNPJs no vermelho no último mês de julho, revela Serasa Experian
Embora estável pelo terceiro mês consecutivo, a negativação dos negócios ainda é alta no País, alcançando 6,9 milhões de CNPJs no vermelho em julho deste ano, de acordo com oIndicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Esse total representa 30,8% das companhias existentes no Brasil, revelando uma baixa queda de 0.4 ponto percentual em relação ao último mês de junho.
Ainda de acordo com os dados divulgados pela Serasa Experian, dentre as mais de 6,9 milhões de companhias negativadas, 6,5 são micro e pequenos negócios. O setor de serviços representou a maior parte das empresas, com compromissos negativados em torno de 55,9%. Em sequência, o comércio com 35,6%, seguido pelas Indústrias com 7,3%.
Segundo o sócio-diretor da Nordex Consultoria Empresarial, Fábio Santiago, o atual momento econômico do País pode dificultar o processo de recuperação das empresas. “A pausa na redução das taxas de juros, que vinha se mantendo estável, pode agravar a alta inadimplência, especialmente em relação às dívidas de longo prazo, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas dívidas pode levar à insolvência”, afirma.
Dentro desse contexto, o sócio-diretor da Nordex destaca que a reestruturação empresarial pode contribuir para a recuperação financeira das empresas de várias formas, como:
Na redução de custos e eficiência operacional, permitindo que a empresa identifique e elimine áreas ineficientes e não rentáveis. Isso pode envolver a renegociação de contratos, a redução de despesas operacionais e a otimização de processos.
Na renegociação de dívidas, que é um dos principais objetivos da reestruturação. Isso pode incluir a extensão dos prazos de pagamento, a redução das taxas de juros ou até mesmo a redução do valor principal da dívida. Essas mudanças podem aliviar a pressão financeira sobre a empresa e facilitar o cumprimento das obrigações.
Para melhorar a liquidez, ao liberar recursos que estavam comprometidos em ativos não essenciais ou operações menos rentáveis. Isso proporciona à empresa mais flexibilidade financeira para lidar com suas dívidas e investir em áreas estratégicas.
Oferece a oportunidade de revisar e, se necessário, reformular o modelo de negócios da empresa. Isso pode incluir a diversificação de produtos e serviços, a exploração de novos mercados ou a mudança de estratégias de preços para melhor atender às necessidades do mercado e aumentar a rentabilidade.
Para restaurar a confiança dos investidores e credores, demonstrando que a empresa está comprometida em resolver seus problemas financeiros e em recuperar a saúde financeira, facilitando a obtenção de novos financiamentos ou investimentos.
“Em muitos casos, a reestruturação é uma alternativa à falência, permitindo que a empresa continue operando, preserve seu valor e mantenha empregos, beneficiando acionistas, funcionários, bem como a economia local”, enfatiza Santiago.
Ainda de acordo com o consultor, a reestruturação também pode ajudar a empresa a se adaptar a mudanças no mercado ou na economia. Isso pode envolver a adoção de novas tecnologias, a resposta a novas demandas dos consumidores ou a adaptação a novas regulamentações. “A reestruturação empresarial é um processo estratégico essencial para ajudar as empresas a superarem desafios financeiros, melhorar a sua posição competitiva e garantir a sustentabilidade a longo prazo”, conclui Santiago.